Os Romances Românticos

O Romance foi originado nos folhetins europeus. Os primeiros romances que foram lidos no Brasil eram europeus e não tinham nenhum tipo de contato direto com a realidade brasileira da época.

A questão era: o romance nacional não pode ter apenas a temática brasileira. Ele precisa falar a língua do povo brasileiro e quebrar com os “cânones” da literatura da época que era firmado com a língua e os temas de Portugal.

Era uma independência brasileira também na literatura. A independência do país em 07 de setembro de 1822 marcou muito os brasileiros da época e os literatos precisavam mostrar isso nos textos. E foi então que os primeiros folhetins tipicamente brasileiros apareceram. Era a resposta brasileira para o colonizador, “quebrando” a reprodução portuguesa, mas não completamente, já que a Europa continuou a ditar tendências (essa quebra só foi completa na Semana de Arte Moderna em 1922).

Surgiu a necessidade de trazer um herói nacional. E quem era o nosso herói? O índio! O primeiro morador do Brasil. Surge José de Alencar e sua trilogia indianista (Iracema, O Guarani e Ubirajara). O Romantismo era a moda da época e Alencar soube usar isto de um modo bem brasileiro: colocou uma índia como personagem principal, fez um romance com palavras em tupi e diversas metáforas centradas na natureza brasileira. A ideia era construir um passado brasileiro.

Mas não havia apenas este tipo de romance romântico. Havia o Romance Regionalista e o Romance Urbano.

O Romance Regionalista divulgava o Brasil para os brasileiros, mostrando aspectos locais ignorados pelo povo, como tipos e costumes regionais. Já o Romance Urbano tinha ênfase nas relações amorosas, preocupações burguesas e o dinheiro.

O Romance Regionalista já estava aproximando-se da próxima escola literária: o Realismo.

As obras de José de Alencar são as que mais pode-se notar estes três tipos de romance:

Romance Indianista:
– Trilogia Indianista (Iracema/Ubirajara/O Guarani) – José de Alencar

Romance Urbano:
– Senhora – José de Alencar

Romance Regionalista:
– O Gaúcho – José de Alencar

A Segunda Geração Romântica

A segunda geração romântica foi marcada pela melancolia, tédio e morte: um sentimentalismo que tomou conta dos poetas desta época. Também mostrou um tipo de liberdade em poder descrever os seus próprios sentimentos. Havia um tipo de êxtase e tormento.
Também conhecido como ultrarromantismo, a segunda geração romântica aconteceu no Século 19 e tem, no Brasil, seu principal representante em Álvares de Azevedo.
O “eu, eu mesmo, meu” tem um papel muito grande nesta época: em comparação com o Arcadismo, que queria voltar para onde pertencemos, isto é, as raízes clássicas gregas e à natureza e vida no campo.
O ultrarromantismo ainda possui o conhecido de byronismo: a influência de um poeta chamado Byron que ia contra a moral e religião da época.

A segunda geração romântica pode ser mais visualizada na poesia. A prosa romântica segue um “cronograma” diferenciado.

Soneto
Álvares de Azevedo

Perdoa-me, visão dos meus amores,
Se a ti ergui meus olhos suspirando!…
Se eu pensava num beijo desmaiando
Gozar contigo uma estação de flores!

De minhas faces os mortais palores,
Minha febre noturna delirando,
Meus ais, meus tristes ais vão revelando
Que peno e morro de amorosas dores…

Morro, morro por ti! na minha aurora
A dor do coração, a dor mais forte,
A dor de um desengano me devora…

Sem que última esperança me conforte,
Eu – que outrora vivia! – eu sinto agora
Morte no coração, nos olhos morte!

No texto acima, é possível notar todos os elementos da Segunda Geração Romântica: a centralização no eu, a melancolia, a tristeza e, finalmente, a morte.