A Segunda Geração Romântica

A segunda geração romântica foi marcada pela melancolia, tédio e morte: um sentimentalismo que tomou conta dos poetas desta época. Também mostrou um tipo de liberdade em poder descrever os seus próprios sentimentos. Havia um tipo de êxtase e tormento.
Também conhecido como ultrarromantismo, a segunda geração romântica aconteceu no Século 19 e tem, no Brasil, seu principal representante em Álvares de Azevedo.
O “eu, eu mesmo, meu” tem um papel muito grande nesta época: em comparação com o Arcadismo, que queria voltar para onde pertencemos, isto é, as raízes clássicas gregas e à natureza e vida no campo.
O ultrarromantismo ainda possui o conhecido de byronismo: a influência de um poeta chamado Byron que ia contra a moral e religião da época.

A segunda geração romântica pode ser mais visualizada na poesia. A prosa romântica segue um “cronograma” diferenciado.

Soneto
Álvares de Azevedo

Perdoa-me, visão dos meus amores,
Se a ti ergui meus olhos suspirando!…
Se eu pensava num beijo desmaiando
Gozar contigo uma estação de flores!

De minhas faces os mortais palores,
Minha febre noturna delirando,
Meus ais, meus tristes ais vão revelando
Que peno e morro de amorosas dores…

Morro, morro por ti! na minha aurora
A dor do coração, a dor mais forte,
A dor de um desengano me devora…

Sem que última esperança me conforte,
Eu – que outrora vivia! – eu sinto agora
Morte no coração, nos olhos morte!

No texto acima, é possível notar todos os elementos da Segunda Geração Romântica: a centralização no eu, a melancolia, a tristeza e, finalmente, a morte.

As três gerações românticas

O Romantismo. A escola literária brasileira que durou 45 anos. Começou em 1836 com Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães e terminou com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis em 1881.

Mas não deve-se confundir ROMANTISMO com o ROMANCE e nem com ROMÂNTICO. O romantismo é uma escola literária que, basicamente, aposta no nacionalismo. O romance é uma composição em prosa. E romântico é a definição conhecida: amor, paixão, estar apaixonado.

No Brasil, tivemos 3 gerações românticas.

Primeira Geração Romântica

A primeira era uma geração nacionalista, ufanista e que estava em busca de uma construção da identidade nacional. Começou, basicamente, após a Independência do Brasil em 07 de setembro de 1822. Havia um sentimento anticolonialístico para com Portugal. Havia muita ênfase ao índio, aos negros, à natureza brasileira e até o europeu.
Livro da primeira geração: Iracema – José de Alencar [leia aqui]
Poesia da primeira geração: À minha família – Gonçalves de Magalhães. [leia aqui]

Segunda Geração Romântica

A segunda geração era a geração melancólica. Havia o conhecido mal do século (uma visão depressiva das coisas; culto da noite; doenças psíquicas; angustia e morbidez) e a fuga da realidade (através de sonhos, da morte, loucura, embragues). Entidades demoníacas também começaram a ser citadas, assim como o próprio inferno. Mulheres eram sempre idealizadas e distantes. Também foi onde começou o individualismo.
Poesia da segunda geração: O poeta moribundo – Álvares de Azevedo [leia aqui]
Livro da segunda geração: Inocência – Visconde de Taunay [baixe aqui]

Terceira Geração Romântica

A terceira geração era a geração social. Foi influenciada pelas modificações da sociedade, como por exemplo, a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República. Há, também, a mulher carnal e presente, ao contrário da segunda geração, e também está caminhando para o realismo (já é possível observar isso na obra de José de Alencar, mas é mais claro na obra de Machado de Assis). Há a luta pela liberdade e a crítica social. É onde o realismo termina no Brasil.
Poesia da terceira geração: O navio negreiro – Castro Alves [leia aqui]
Livro da terceira geração: Senhora – José de Alencar [leia aqui]

Outros livos do Romantismo:

A Escrava Isaura – Bernardo Guimarães [leia aqui]
A Moreninha – Joaquim Manoel de Macedo [leia aqui]
A Mão e a Luva – Machado de Assis [leia aqui]